Na análise do cenário macroeconômico feita pelo economista <a href="https://www.linkedin.com/in/marcelo-allain-095490/?originalSubdomain=br" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Marcelo Allain</a>, sócio da <a href="https://gouveaecosystem.com/consultoria/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Gouvêa Analytics</a> e mestre em economia pela USP, o Brasil ainda vive um momento de incerteza. Não tanto sanitária, mas fiscal, econômica, e de políticas públicas.
A avaliação foi compartilhada no painel &#8220;Cenários Macroeconômicos 2021/22&#8221;, durante o <a href="https://latamretailshow.com.br/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Latam Retail Show</a>. Encontro B2B sobre consumo e varejo da América Latina que aconteceu on-line de 14 a 16 de setembro.
O economista traçou um panorama mostrando a atual situação econômica brasileira, quais os desdobramentos que podem surgir a partir dela e qual a tendência para o próximo ano. Ele abriu a fala explicando sobre juros, câmbio e política:
<blockquote>“Os aumentos consecutivos na taxa de juros pelo Banco Central indicam um patamar de juros neutro, o que na prática significa que a política monetária não vai estimular nem contrair a atividade”, avalia Allain.</blockquote>
“O câmbio está depreciado e não vejo mudanças nesse aspecto, pois a economia precisa estar em ponto de equilíbrio para mudar o câmbio. E a economia também está contraída. Outra dúvida é até que ponto o presidente da República pode tomar medidas populistas que podem tocar no orçamento fiscal”, complementa.
Entre os pontos positivos, o consumidor voltou a circular, mudando o padrão de consumo que foi muito comprimido em 2020. A possibilidade de crescimento está próxima de 5%, boa parte por causa da queda no ano anterior. O chamado efeito carry over, ou quando o crescimento de um determinado período influencia o futuro.
<h1>Impacto no varejo</h1>
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Os setores do varejo sentiram a pandemia de forma muito heterogênea, mostram indicadores da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio). De um lado, houve uma retomada de setores como supermercado, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
Ainda observamos números positivos em artigos farmacêuticos e médicos, perfumaria e cosméticos. Assim como em materiais de construção.
Por outro lado, setores como combustíveis e lubrificantes, móveis e eletrodomésticos e automóveis ficaram com as vendas abaixo do esperado.
<h1>Expectativa para 2022</h1>
“Mas no Brasil não tem monotonia. A situação provavelmente não permanecerá assim até o final de 2022. Estamos com uma renda atípica de aproximadamente R$ 90 bilhões, advinda de uma espécie de “poupança forçada”, formada majoritariamente por 2 fatores”, explica Allain.
O primeiro foi a diminuição dos gastos, por conta das restrições e o segundo das pessoas que conseguiram economizar algum dinheiro do auxílio emergencial.
À medida que a economia voltar a abrir, esse montante tem potencial para investimentos com viagens, restaurantes, lazer, compras, veículos e reformas residências, enumera o panelista.
Nesse cenário também existem riscos, e os principais são a inflação, que eleva o risco de deterioração das condições monetária; a crise hídrica, que pode gerar blecaute ou racionamento e também efeitos negativos na economia.
Ainda temos o risco de alta na taxa de juros, que impacta no crescimento do país e, para finalizar, instabilidade política em um ano eleitoral.
<h1>Análise de cenário macroeconômico</h1>
Allain finaliza com uma análise elaborada pela Gouvêa Analytics. O quadro contém os principais números  do cenário macroeconômico, em um comparativo entre os anos de 2021 e 2022.
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DeOlhoNoMercado, o blog da RPC, Afiliada Globo. Entrevistas e matérias sobre mercado, setores, boas práticas, tendências, comportamento e consumo no Paraná.

Marcelo Allain, economista e sócio da Gouvêa Analytics traça um panorama dos principais números e cenários econômicos que devem guiar o mercado em 2022