Conheça histórias de médicos cooperados que abraçaram o modelo cooperativista desde cedo e fizeram carreira
Os números do cooperativismo de Saúde, em especial no Paraná, são grandiosos. O setor conta com 36 cooperativas no estado. São mais de 17 mil cooperados e 8 mil funcionários a serviço da saúde do paranaense. E, financeiramente, é uma área que faturou em 2023 um montante de R$ 8,6 bilhões. Mais do que as estatísticas, porém, o cooperativismo transforma a vida de muitas pessoas.
Para os cooperados (médicos, dentistas, enfermeiros e outros profissionais da área), o modelo é sinônimo de solidez na atuação profissional. A avaliação é do médico cirurgião geral Rached Hajar Traya, cooperado da Unimed Curitiba há mais de 30 anos e atual presidente da cooperativa.
Ele conta que pouco conhecia sobre o sistema cooperativista quando se tornou associado, a convite de um colega da medicina. Segundo Rached, hoje em dia a informação sobre o tema está muito disseminada na comparação com a época. Por isso, ele passou a aprofundar seus conhecimentos, interessado em entender a dinâmica e a lógica dessa modalidade de trabalho. “Eu não tenho histórico anterior de vivência com cooperativismo, minha estreia foi já como cooperado aqui [na Unimed Curitiba]. Foi minha primeira experiência profissional e a Unimed se tornou uma grande oportunidade para que eu obtivesse trabalho médico e tivesse a minha renda, fruto do meu trabalho”, rememora.
Plano de carreira cooperativista
Para o dr. Rached Hajar Traya, o cenário que encontrou como cooperado foi bastante benéfico, especialmente em início de carreira na saúde. Percepção que tem tudo a ver com a premissa cooperativista, que também é gerar trabalho e renda.

“Obviamente isso depende de o profissional se dedicar, mas a cooperativa oportuniza isso. A Unimed sempre teve um foco muito firme na questão da autonomia do profissional. Ela preserva isso em todas as suas atividades. Isso cria um ambiente para que você enxergue na cooperativa uma oportunidade sólida de construção de uma carreira médica”.
Pedro Grein Del Santoro, médico ortopedista, é outro profissional que começou a trajetória profissional junto do cooperativismo, também com pouca informação sobre como ele funcionava.
Após se formar, ele foi convidado pelas chefias do Hospital do Trabalhador a se associar à Copamed para permanecer no serviço que realizava durante a faculdade. Cerca de dois anos depois, decidiu ingressar também na Unimed.

“Eu aceitei a oportunidade de trabalho e só depois eu vim a entender o que era ser um cooperado e a importância desse modelo. Tinha pouca noção do que era o cooperativismo antes de me associar. Hoje, eu acho que as pessoas têm um pouco mais noção, porque as cooperativas cresceram bastante nesses últimos anos. Não só da área de saúde, mas a gente vê muita cooperativa financeira, cooperativa de crédito, cooperativa agroindustrial. Então, é um termo que fica mais na cabeça das pessoas. Participar de uma cooperativa é uma oportunidade”.
Cooperação como vantagem
O cooperado destaca que o entendimento sobre o modelo é essencial, uma vez que ele reúne direitos, mas também deveres e regras a serem cumpridas. A partir dessa consciência, ele acredita que a modalidade é bastante vantajosa. “São centenas, milhares de médicos que estão brigando pela mesma coisa, que estão fortalecendo a especialidade médica juntos. Eu acho que é uma lógica que pode beneficiar outras profissões, outros modelos de negócios”, arremata.
Neste sentido, a ginecologista e obstetra Rosane Frecceiro, que é médica cooperada há 39 anos, acredita que a evolução das cooperativas de saúde, tem relação direta com a valorização de cada cooperado. Segundo ela, a união por um mesmo propósito, característica marcadamente cooperativista, vai além da noção de pertencimento ao promover um ambiente de crescimento e avanço profissional.

“É por isso que nós continuamos investindo no médico, fazendo valer nossos princípios de cooperativismo. É ele que mantém vivo o nosso interesse pela comunidade e potencializa a nossa responsabilidade social, em contribuir para o desenvolvimento sustentável das pessoas da nossa região. Nos dá muito orgulho esse posicionamento, mas também temos uma grande responsabilidade de nos mantermos sustentáveis no mercado”.
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