
<p>O êxodo rural ficou marcado na história brasileira, em especial durante as décadas de 1960 e 1980. No período, a fatia de pessoas migrando para as cidades chegou a representar 30% da população que vivia no campo. Em anos mais recentes, no entanto, essa dinâmica perdeu força graças à maior valorização do Brasil rural como motor importante para o país.&nbsp;De acordo com o Censo 2010 do IBGE, a taxa de migração campo-cidade naquele ano era de apenas 0,65% . Mais investimento, políticas e iniciativas voltadas a pequenos produtores e agricultores familiares chegaram até mesmo a inverter o panorama, atraindo gente da cidade para o campo. E neste cenário, o cooperativismo tem papel importante em inúmeras histórias.</p>



<p><a href="https://www.deolhonomercado.com.br/especiais/2023-06-17-cooperativas-agro-paranaense">&gt;&gt; Com 65% do PIB, cooperativas são o motor do agro paranaense | De Olho no Mercado</a></p>



<h2 class="wp-block-heading">Tchau, odonto</h2>



<p>Filha de produtor rural, Graziela Calderari poderia ser mais uma de sua geração a passar longe do agro. Porém, a dentista topou uma transição de carreira e tanto em 2015. Com 17 anos de consultório no currículo, ela voltou para a fazenda na cidade de Campo Mourão, e assumiu a administração financeira da propriedade. O convite para isso partiu do pai, que é cooperado e conselheiro da Coamo. </p>



<p>Primeiro passo dado por Graziela foi participar de um programa de formação de lideranças. O objetivo era entender o funcionamento da cooperativa. Ela conta que, a partir daí, tomou gosto não só pelo trabalho, mas também pelo modelo.</p>



<div class="wp-block-media-text alignwide is-stacked-on-mobile" style="grid-template-columns:25% auto"><figure class="wp-block-media-text__media"><img decoding="async" loading="lazy" width="400" height="400" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2024/07/Imagens-De-Olho-Entrevistados-2.png" alt="" class="wp-image-103578 size-full" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2024/07/Imagens-De-Olho-Entrevistados-2.png 400w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2024/07/Imagens-De-Olho-Entrevistados-2-300x300.png 300w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2024/07/Imagens-De-Olho-Entrevistados-2-150x150.png 150w" sizes="(max-width: 400px) 100vw, 400px" /></figure><div class="wp-block-media-text__content">
<p>&#8220;Tanto para o dia a dia do meu pai, que é tocar a fazenda quanto para o meu, a cooperativa é extremamente importante. Tenho que estar muito ligada com o que está acontecendo no mundo, quanto a produtos, maquinário. A gente precisa ser muito estratégico. Lógico que o impacto econômico é grande, mas tem ainda o suporte profissional e técnico, com agrônomo, visitas, com planos para as culturas, para buscar financiamento&#8230; A cooperativa é o nosso fiel escudeiro&#8221;.</p>
</div></div>



<p>Produtora de trigo, soja e milho, a propriedade da família já estava até destinada a ser arrendada no futuro. Segundo Graziela, antes do seu retorno o pai comentava que fazia esses planos, uma vez que as três filhas estavam todas na cidade. As irmãs seguem assim, uma em Curitiba e a outra em Blumenau. Já com ela o papo mudou. &#8220;Todo ano eu brinco: &#8216;vamos renovar meu contrato?'&#8221;, ela se diverte, ao comemorar os planos de permanecer à frente do negócio, como cooperada.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Investimento no campo</h2>



<p>A proximidade com o cooperativismo também foi essencial para o movimento feito há 20 anos por Tahis e Jackson Lamin. Ambos trabalhavam prestando serviços para a Lar Cooperativa, antes de tomarem a decisão de comprar uma propriedade rural em Matelândia. Jackson é veterinário. Já Tahis atua na área financeira da cooperativa. Foi essa experiência que motivou a família a se mudar para o campo e a tornar-se cooperada desde antes de começar a tocar as atividades.</p>



<p>Hoje, a propriedade conta com suinocultura, produção de ovos, gado de corte e feno, sempre com o apoio da Lar. Um cenário bem diferente daquele em que a família começou a jornada. &#8221; O antigo produtor tinha somente fumo lá. Então, nós adquirimos a propriedade, mas só investimos em alguma atividade a partir do momento em que nos tornamos associados, fizemos a parceria pecuária. Principalmente para termos a estabilidade e a segurança que a cooperativa representa&#8221;, explica a produtora.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Fruto do cooperativismo</h2>



<p>Tahis acredita que o conhecimento prévio sobre o cooperativismo foi essencial para que ela e o marido olhassem para o campo como oportunidade, mas destaca que os benefícios colhidos desde então superaram as expectativas.</p>



<div class="wp-block-media-text alignwide is-stacked-on-mobile" style="grid-template-columns:25% auto"><figure class="wp-block-media-text__media"><img decoding="async" loading="lazy" width="400" height="400" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2024/07/Imagens-De-Olho-Entrevistados-1.png" alt="" class="wp-image-103574 size-full" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2024/07/Imagens-De-Olho-Entrevistados-1.png 400w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2024/07/Imagens-De-Olho-Entrevistados-1-300x300.png 300w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2024/07/Imagens-De-Olho-Entrevistados-1-150x150.png 150w" sizes="(max-width: 400px) 100vw, 400px" /></figure><div class="wp-block-media-text__content">
<blockquote class="wp-block-quote">
<p>&#8220;Ver todo o retorno, a segurança, a rentabilidade que o produtor tinha foi o que nos motivou a tomar a iniciativa. Porque você sabe que a cooperativa sempre vai fazer de tudo para que o associado tenha um rendimento melhor . Mas sentimos também o desenvolvimento pessoal e profissional. Nosso e da família também&#8221;.</p>
</blockquote>
</div></div>



<p>Segundo Tahis, o aspecto formativo da cooperativa traz benefícios relevantes, seja para ferramentas simples como planilhas de Excel até discussões de fôlego, como sucessão familiar, responsabilidade social e sustentabilidade. Oferecidos aos cooperados e às <a href="https://www.deolhonomercado.com.br/especiais/2024-06-10-de-maos-dadas-familias-preparam-novas-geracoes">novas gerações</a>, os programas de desenvolvimento e capacitação já tiveram reflexos dentro de casa. </p>



<p>Prestes a terminar a graduação, a filha de Tahis dedica seu trabalho de conclusão de curso a investigar as vantagens da permanência dos jovens nas propriedades rurais. &#8220;Ela fez ao contrário da questão do êxodo, né? Mostrando para o jovem por que ele tem que se manter. No sentido de valorizar, de bater no peito e dizer &#8216;sim, eu sou produtor rural&#8217;. E é essa visão que o cooperativismo traz&#8221;, acredita.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Leia mais:</h2>



<p><a href="http://Conheça os sete ramos de atuação do cooperativismo">Conheça os sete ramos de atuação do cooperativismo</a><br><a href="https://www.deolhonomercado.com.br/economia/2024-06-05-mulheres-no-cooperativismo">Crescimento no número de mulheres no cooperativismo promove transformação positiva | De Olho no Mercado</a><br><a href="https://www.deolhonomercado.com.br/especiais/2024-05-28-cooperativismo-paranaense-muda-vidas">Cooperativismo transforma união em lucro e muda vidas de produtores rurais paranaenses | De Olho no Mercado</a></p>


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